quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PENSAMENTOS DO DIA

Pensamento do dia I: "No conflito da cabeça com o coração, o coração sempre vence pois a cabeça é mais sensata e desiste de lutar". - L. Tolstói

Pensamento do dia II: "Quero deixar de ser um grande potencial e virar logo uma realidade". H. Alencar

Pensamento do dia III: "Entre ser "um grande potencial" e "uma realidade", há litros de suor". H. Alencar, dando dicas pra si mesmo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

APAGÃO DA RAZÃO

Toda vez que falta luz, o invisível nos salta aos olhos (humberto gessinger, piano bar). Incrível como a sexualidade feminina ainda é uma questão capaz de causar as mais absurdas reações, nas mais variadas situações. Não tenho a menor intenção (nem competência) para tecer uma análise a cerca de um evento tão esdrúxulo qto ao que ocorreu recentemente na Uniban.

Que a menina é extremamente vulgar é fato. Que provocou, se exibiu, e teve uma postura talvez inadequada para o ambiente acadêmico, idem. Mas... agressão? Expulsão (a agressão institucionaliozada)? E mais, na tentativa de ofensa, a mulher é logo taxada de puta.

Aprofundando um pouco, puta, nesse caso, seria gostar de sexo, ter vários parceiros, ser promíscua? E isso seria uma ofensa grave (na intenção de quem xinga). A mulher não pode gostar de sexo, ter vários parceiros, ser promíscua, se quiser? A mulher que se porta como tal, deve ser identificada, hostilizada, agredida e expulsa? Em pleno 2010, num país ocidental e tropical? Luz! Quero luz! (chico buarque, vida).

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

QUE UM DIA O INUSITADO SE TORNE BANAL

Em tempos em que a honestidade virou qualidade em vez de mera obrigação, vamos celebrar os bons exemplos. Quem sabe um dia de tão abundantes não se tornem banais?

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL1375238-5606,00-GUARDAS+MUNICIPAIS+ENCONTRAM+CARTEIRA+COM+R+DURANTE+APAGAO.html

GUARDAS MUNICIPAIS ENCONTRAM CARTEIRA COM R$ 1.410 DURANTE APAGÃO

Carteira tinha ainda 14 cartões, talões de cheque e uma aliança de ouro.
Pertences foram devolvidos na manhã desta quarta-feira (11).

Guardas municipais encontraram uma carteira com R$ 1.410 no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio, durante o apagão da última terça-feira (10), por volta das 22h40.

A carteira – que tinha ainda 14 cartões de crédito e débito, além de talões de cheque, uma aliança de ouro e documentos – foi devolvida à sua dona na manhã desta quarta (11) em uma das bases da corporação, em Botafogo, também na Zona Sul.

Segundo a assessoria de imprensa da Guarda Municipal, a carteira foi encontrada por guardas da 9ª Inspetoria (Botafogo).

O líder da equipe, Jairo de Paula, e os guardas Augusto Felipe, Paulo França, Marcus André e Valmir Cavalcante, realizavam ações de controle urbano e atendimento ao público quando encontraram a carteira na calçada.

ELOGIO À HONESTIDADE

Os guardas encontraram o número de telefone da dona dentro da carteira, e entraram em contato com ela. A mulher informou que acreditava que a carteira tinha sido furtada, mas que não chegou a registrar queixa na delegacia.

Ao buscar sua carteira, na manhã desta quarta, ela agradeceu à equipe e elogiou a honestidade dos guardas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SENSIBILIDADE X VIRILIDADE

Ontem me despedi de uma amiga virtual desejando um bom por do sol. Algo do tipo: “ta bom, um beijo, bom por do sol pra você. Eram 17h da tarde mais ou menos. Depois fiquei encucado com esse “bom por do sol pra vc”. Meio fresco? Gay pra caramba, na verdade, não? Os caras do futebol de segunda-feira não podem nem sonhar que escrevi um negócio desses. Não podem nem sonhar que escrevo alguma coisa, na verdade. Lá a conversa e o clima são outros. Aí quando lembro fico torcendo para que ela tenha achado no mínimo “bonitinho”. Mas até isso incomoda, às vezes. Cadê a virilidade masculina que a gente tanto gosta de ostentar? Mulher gosta de homem viril! Por outro lado dizem também que gostam de homens sensíveis... “Bom por do sol para você” decididamente é coisa de um homem sensível. Lembro-me de meus pais comentando em algum momento de minha infância/pré adolescência que eu era sensível. Tem até uma música de meu pai feita em homenagem à minha adolescência, chamada de Rebelde Sem Causa que diz: “apesar da idade, sensibilidade”.

E parece que esse dilema vem acompanhando o homem atual. Assisto a atrizes, cantoras, colegas de trabalho sempre dizendo que homem precisa ser sensível, mas também tem que ter pegada! E o homem contemporâneo, coitado, depois que perdeu o status de provedor da relação, vive na verdade querendo agradar às mulheres. Tanto na pegada quanto na sensibilidade.

Particularmente, acho que dá para haver um equilíbrio entre virilidade e sensibilidade. A sensibilidade não deve ser manifestada em certos ambientes, como no futebol das segundas, é claro. Deixo ela aflorar... aflorar, não, muito fresco. Deixo ela se manifestar mais à vontade na hora de escrever, compor, ou bater papo com uma amiga, ainda que virtual. Com amigo homem, o papo é diferente. Nada forçado, naturalmente diferente. Até porque se um amigo vier com muito nhém nhém nhém, eu mesmo, que me auto- intitulo sensível, vou dizer “colé rapaz, deixe de frescura, tome jeito de homem!”.

E é claro que dá para ser sensível também com a namorada: na hora de pensar em presentes especiais; naqueles momentos de namoro mais românticos ou logo depois de uma noite de sexo, naquela hora do cochilo relaxado sobre o peito.

Aliás, o sexo me parece uma situação que ilustra bem o “duelo” entre sensibilidade e virilidade masculina. No começo, bem no iniciozinho, há certa sensibilidade na sedução, para logo em seguida emendarmos um momento de virilidade máxima cujo desfecho vai descambar no relaxamento e sensibilidade novamente. Acho que até o zagueiro mais casca grossa da segunda-feira consegue ter um mínimo de sensibilidade e gentileza nesse momento.

Talvez o homem contemporâneo esteja felizmente aprendendo a orbitar pelos extremos entre a virilidade e a sensibilidade.

Até porque, sempre achei o por do sol a hora ideal para se marcar o futebol.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

SURFISTA EU QUERO SER

Não lembro exatamente quando comecei a fazer músicas. Ainda hoje, quando fazemos alguma arrumação na casa dos meus pais, encontramos pedaços de folhas de cadernos com letras escritas por uma recém alfabetizada criança. Com algum sentido, com algum nexo, e com uma musicalidade que só eu mesmo entendia.

Acho que essa história com a música começou lá por 1985, quando aos 7 anos, vi meu pai, aos 43, comprar um violão e começar a tocar aprendendo através de dezenas de livros e revistas didáticos.

Assisti a esse aprendizado de meu pai, que à medida que ia aprendendo as primeiras canções, também passou a compor as dele, com letras sempre relacionadas ao dia a dia familiar. Músicas bem humoradas, interessantes, de qualidade, que ele continua a compor e que eu pretendo “dar uma produzida” muito em breve.

Então, inspirado por meu pai, comecei a escrever estas primeiras letras, por volta dos 7, 8 anos, sem ainda tocar nenhum instrumento.

Aos 10, incentivado por um trabalho escolar que publicava poemas de todas as crianças da 4ª série, fiz um poema que para mim representa o primeiro texto com sentido e rima, que me lembro mais claramente, com o título de “Surfista Eu Quero Ser”.

SURFISTA EU QUERO SER

Um dia me deu vontade
Vontade de surfar
Pegar ondas, dar batidas
E ter a sensação de voar

Quero ter uma prancha bonita
Colorida, cheia de cores
Bem estampada
Mas nada de flores

Ir para a praia
E ser o melhor surfista
Ser forte e bonito
Com pose de artista

Disputar campeonatos
E ser o campeão
Com gatinhas do lado
Dizendo que sou o gatão