sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

VEM AÍ O QUE FICOU PRA TRÁS

Já estou começando a pensar os arranjos para gravar “O Que Ficou Pra Trás II – A Viagem no Tempo. Música composta posteriormente à Pra Trás I, ela tinha originalmente o nome de Viagem No Tempo, até eu perceber o quanto se identificavam explicitamente no tema, com uma sutil diferença: enquanto a I é mais genérica e abstrata, a II é um pouco mais pessoal, a meu ver. Segue um trecho:


“Se tivesse dito / se tivesse feito / certamente teria sido bem melhor
Se tivesse ido / agido de outro jeito / o prejuízo talvez fosse bem menor ”

Vou ficar por aqui pra divulgar a letra completa quando finalizar e puder postar aqui a primeira gravação.

Digo a primeira gravação porque pretendemos considerar essas gravações que venho fazendo em casa e postando (podem ser ouvidas através dos players aí do lado) como as gravações demo do disco que pretendemos gravar.

Sobre isso surgiu uma reflexão interessante a partir de um blog que acompanho chamado de Música Líquida (http://musicaliquida.blogspot.com/), cujo objetivo principal é analisar os rumos da música no “novo” mundo digital.

No blog, seu autor postou um texto (retirado de um outro site) dedicado aos músicos iniciantes: "Os cinco pontos cruciais para o músico que está começando".

Logo o primeiro ponto dito crucial foi diretamente de encontro com todo esforço que tenho feito para começar a divulgar as canções que crio. Ele diz:

"1) Descontextualize primeiro, divulgue depois. Artistas adoram suas música e suas canções, e deveriam mesmo. Entretanto, antes de se atirar em um ano se promovendo, se esforce em ter um feedback anônimo de pelo menos trinta amigos, vinte artistas e de dez profissionais da indústria da música. Se a maioria gostar de suas canções, aí divulgue-as. Caso contrário, volte para as aulas/estúdio e aprenda primeiro como fazer música "melhor".

Como músico iniciante, acho que o cara que acredita em sua música tem que se jogar e se expor mesmo, sem medo do feedback. Até porque, o gostar é algo tão subjetivo... Vivemos ouvindo histórias de gente que ouviu 300 "nãos" antes de emplacar seu sonho. Numa propaganda foi dito que o jogador Cafu foi dispensado de 9 "peneiras" antes de virar profissional. E o cara foi titular da seleção campeã do mundo. Também vemos muitos artistas evoluírem tanto depois dos primeiros trabalhos "divulgados".

Humberto Gessinger costuma dizer que uma música do jeito que está no disco é apenas uma fotografia de um momento. Uma canção, a rigor, nunca estaria pronta. No caso dele, comprovo que os arranjos e até pedacinhos de letras vão mudando a cada turnê. Acho isso bem interessante. Renovação.

Particularmente, o medo de pagar mico, a consciência de uma voz desafinada, a rigorosa autocrítica poderia fazer o trabalho parar antes de começar... Acredito que temos que ser nossos maiores fãs e maiores críticos, mas temos que seguir adiante independentemente do feedback... Até porque, o que seria o feedback ideal? Números? 20 mil cópias vendidas, 30 mil cadastrados no site, 16 seguidores num blog? Isso é muito relativo.

E quanto a atingir um padrão de qualidade ideal, acho que todo mundo que cria sabe que em um dado momento tem que parar. Considerar pronto e mostrar. Mesmo que faça retoques e melhoras depois.

Independente das minhas limitações de voz e técnica musical, hoje acho o padrão de minhas gravações fraco por serem gravadas em um home studio em meu quarto. Amanhã, vou achar o padrão de um estúdio de Salvador aquém do melhor estúdio de São Paulo. Mas, calma, bom mesmo vai ficar quando conseguir gravar em Nova York...

Em resumo, cada vez mais acredito que o lance é meter as caras, fazer o que se acredita, do melhor jeito que pode e curtir. Vai que uns malucos se interessam a te acompanhar nessa caminhada?

8 comentários:

  1. Sabe o que acho?! vc tem o melhor que é a paixão, e quando ela queima no coração não tem como não expor o trabalho e sofrer críticas e elogios,essas metodologias de divulgação são interessantes, mas vc cresce metendo as caras.eu to curtindo aqui pé no breque... abração pra vc querido

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  2. Eu concordo com você, aliás detesto estas listas de conselhos de "especialistas" de toda espécie, isso acontece muito no mundo da moda também, aliás estas dicas estão por toda parte...(desculpem o radicalismo, mas quase sempre não tem nada a ver, ou são dicas óbvias demais, ou são meio inviáveis).

    O que penso é que na música, como em qualquer outra forma de arte, a paixão e a intuição são combustíveis essenciais e você tem isso. Pelo que escreves aqui no blog você também tem uma autocrítica aguçada...portanto, acredite mesmo e meta a cara mesmo...um dia vou dizer: "Eu deixava comentários no blog deste cara antes de ele ter este sucesso todo...e ele respondia!"
    (srsrsrs)

    Beijos,
    Kenia.

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  3. Tenho dois amigos que estão fazendo o que você faz: meter as caras. Os dois já tem CD gravados em estúdio. Claro que estão bancando tudo. Um deles, antes de lançar o CD colocou na internet. Mas eles não perguntaram para nenhum crítico chato se estavam fazendo certo ou não - fizeram o que achavam certo. E a coisa está indo. Uma hora deslancha. É isso aí, garoto! ;)

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  4. Letícia, sua presença constante aqui sempre é um incentivo! Há alguém que tem algum tipo de interesse, eu penso. Há muita paixão sim, ao lado da insegurança e do medo. Mas gosto do texto clichê de alguns filmes de ação americanos quando o pupilo diz para seu mentor que está com medo de executar uma ação e o mentor diz: "não seria coragem, se nao houvesse medo". Vamos em frente! No meu caso, é hora de tirar o Pé No Breque e botar o Pé na Tábua (tenho uma música com esse nome tb...) Bjos

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  5. Kenia, concordo plenamente com vc. As bandas que me fizeram gostar de ouvir música eram 100% intuição, 0% de preparo pra fazer sucesso. Quero acreditar que há espaço para mais intuição hoje em dia. Tudo está tão profissional... Por outro lado, eu gosto de andar na cotramão. Então, devo estar na direção correta. Qto ao sucesso, o que será que ele é mesmo? Tenho me sentido tão bem sucedido ultimamente... Bjos

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  6. É isso Che... Costumo dizer que é preciso humildade para ouvir conselhos, dicas e críticas, mas também segurança para fazer o que se quer. A verdade de qualquer tipo de arte está dentro de quem a faz. Quem segue modelos pré-prontos, raramente chega a algum lugar. Talvez o diferencial esteja nas nossas limitações e nas nossas artimanhas para driblá-las (como já divaguei com a Letícia uma vez). Obrigado pelo incentivo! Bjos

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  7. O que será mesmo o sucesso?

    Quando eu falei em ter sucesso, me referia a ser conhecido por muitas pessoas, desculpe se o comentário pareceu pejorativo.
    O sucesso pessoal e interior é bem mais válido e talvez até mais difícil...se te sentes bem sucedido ultimamente, ótimo, fico bem feliz por vc!!!

    Então, sucesso!!!

    Beijos,
    Kenia.

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  8. Kenia, não se desculpe... Entendi o comentário. E quero esse tipo de sucesso tb, claro... Foi só pra levantar a reflexão... É que às vezes vemos tanta gente "bem sucedida" que se sente tão fracassada... Dà medo! Por isso tento ter bem claro na cabeça que a busca desse suscesso que vc menciona, não deve ser uma luta em si mesma. Tem que ser consequência e não objetivo. Tento trabalhar isso internamente. Seu comentário foi bem pertinente sim. Brigado. Bj

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