terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vendendo pulseirinha em Morro de São Paulo

Toda vez que eu pego um trânsito punk, eu começo a refletir sobre essa louca vida urbana que vivemos.


E já que não dá pra contar com uma solução a médio prazo dos gestores públicos para o trânsito cada vez mais caótico e como não sou macho o bastante pra largar tudo e vender pulseirinha em Barra Grande, penso que já está na hora da própria sociedade buscar alternativas.

Todo mundo sair na mesma hora e voltar na mesma hora pra casa não dá, né?!

Por que empresas e órgãos públicos não vislumbram turnos com horários flexíveis e alternativos?

Sei que isso já é uma realidade em algumas empresas de negócios ligados à criatividade e tecnologia, e até em alguns poucos órgãos públicos cujos funcionários trabalham visando tarefas e metas, sem horários tão fixos, mas, pelo menos em Salvador, pelo que eu saiba, são raríssimas exceções.

Porra, bastava o Governo do Estado adotar horários alternativos, que aquele Centro Administrativo já desafogava a cidade. Adoraria trabalhar de 11 às 21h, por exemplo. Ou então se dividia em 2 turnos... 06h às 16h, pros malucos que acordam muito cedo e 12h às 22h, para os vespertinos... Dava direito de escolha... E ainda ia ganhar produtividade...

Podia-se também adotar o regime de 6h de trabalho diários... Li outro dia algum estudo de que, quanto mais tempo a pessoa passa na empresa, menor é sua produtividade. Efetivamente se desperdiça muito tempo.

Pronto... dava certinho: primeiro turno, sei lá de 10 às 16, e o segundo de 16 às 22h. Show... Dispersava os engarrafamentos, se ganhava em produtividade e qualidade de vida. Votem em mim. Meu número é...

Em paralelo a isso, a onda dos empreendimentos imobiliários é apostar no conceito de “tudo num só lugar”. Morar e trabalhar no mesmo bairro, e quem sabe até, no mesmo prédio! Que vai ter a academia e shopping embutidos.

Esse conceito só tem razão de ser, em função de um trânsito absurdo.

Porque há uns 25 anos, eu morava na Pituba, estudava em Ondina e meu pai que trabalhava na Piedade me pegava na escola, almoçava em casa, descansava, e voltava pra Piedade, em menos de 2 horas.

Hoje fiz exatamente Pituba/Ondina em 1h. E sem parar em lugar nenhum.

De fato, pode ser muito mais confortável... Mas sei não... Dá uma sensação de claustrofobia. Sair do escritório, subir um elevador e chegar no AP. Dormir e no outro dia descer o elevador e chegar na empresa... O vizinho é o colega de trabalho... Estranho. Tenho medo de que vamos nos dar conta que passamos uma semana inteira sem ver nem sentir a luz do sol.

O mais legal talvez seria morar perto do trabalho para ir andando ou de bicicleta. Aí sim, seria gostoso. 15 mim a pé ou de bike.

O foda é que com essa lua de Salvador, o escritório tinha que ter pelo menos um chuveirão pra tirar o suor. Complica também...

Difícil essa vida urbana...

Tô começando a pensar em aprender a fazer a tal da pulseirinha...

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